Greves de primavera

Não acontece com frequência que tenhamos uma greve geral a cada semana! Pois 1º tivemos a greve das escolas convocada por CIB Unicobas a por Confederazione Cobas, confederações de base, contra as reformas que vêm sendo introduzidas pelo ministro da educação, Moratti. Infelizamente, não houve verdadeira coordenação para esta greve. Depois, no passado dia 7, tivemos a greve dos caminhos de ferro ao apelo do sindicato SULT contra o despedimento de vários trabalhadores, no seguimento do seu aparecimento em "Report", um programa de actualidades de TV. A isto seguiu-se a 12 uma greve convocada apenas por 2 confederações de base, a CUB e a anarco-sindicalista USI-AIT, contra as políticas económicas do governo e as tácticas de parcerias das confederações clássicas. Logo a seguir, houve a 26 uma greve pelas grandes confederações, CGIL, CISL e UIL contra as mudanças nas pensões de reforma e em defesa das tácticas de parceria (!). Infelizmente, a enorme boa vontade de milhares de trabalhadores em apoiarem estas greves para protestar contra o governo não se reflectem na situação no interior dos sindicatos, o que impede a realização das expectativas da classe, algo que foi amplamente demonstrado pelas lutas dos trabalhadores de transportes citadinos.

O sindicalismo de base parece ter passado de um estado de desorientação (já detectável no Outono passado) a um estado ainda mais preocupante de desintegração, pelo menos no que diz respeito à coordenação. Pontos fortes isolados, não relacionados entre si, apenas em determinadas categorias e em determinadas zonas, já não chegam para corporizar uma alternativa ao nível nacional. As grandes confederações tentam criar as condições para um novo acordo de parceria, talvez com a ajuda da confederação patronal Confindustria, recentemente renovada. Até os contratos que já foram assinados (trabalhadores dos transportes, do comércio, do turismo, da indústria química) não dão espaço para dúvidas no que toca às escolhas de CGIL, CISL e UIL, e o congresso vindouro da FIOM (a federação dos metalúrgicos que faz parte da CGIL) poderia pôr um termo a esse caso pouco usual dentro da CGIL. Resta-nos a nós, anarquistas, lutar pela auto-organização e autonomia da classe.

il romito


De Alternativa Libertaria Mar.04
o boletim mensal da Federazione dei Comunisti Anarchici