A Federação dos Comunistas Anarquistas (1986) é a mais recente experiência de organização feita em Itália pelos comunistas anarquistas.

Os comunistas anarquistas sempre construiram sus organizações específicas desde quando o anarquismo se desenrolou como movimento político do proletariado internacional. A organização política d@s comunistas anarquistas é parte essencial das lutas d@s explorad@s, e para estas lutas traz os conteúdos de igualdade, liberdade, solidaridade que inspiraram e suportaram todas as experimentações revolucionárias precedentes: desde a Primera Internacional (1864) até à Comuna de Paris (1871), desde a Revolução Rusa (1917) até à Revolução espanhola (1936).

Fazem parte deste processo organizativo militantes da luta de classe que se põem dentro da tradição do movimento anarquista italiano, com o propósito de construir progressivamente um ponto de referência libertário para tod@s @s que se reconhecem na teoria/estratégia e no programa da organização.

150 anos de luta de classe ensenharam que :

É para desenvolver este rol que se formaram uma organização política como a F.d.C.A. e outras parecidas no mundo. Para fazer política anarquista nas lutas das classes exploradas, e com estas; para construir gradualmente a alternativa libertária em favor de outro mundo autogestido e antiautoritário.

PARA OUTRO MUNDO POSSÍVEL, UM MUNDO SOLIDÁRIO E LIBERTÁRIO 
¡DIFUNDIR AS LUTAS SOCIAIS, OBRAR DE MANERA ANTIAUTORITÁRIA!

O projecto social comunista e libertário, finalizado à uma sociedade mais justa, igualitária e livre, vive nas lutas sociais contemporáneas somente se @s anarquistas e libertári@s se tornam portadores, divulgadores e protagonistas. Isto actuando dentro dos movimentos de luta e as suas estruturas organizadas com conteúdos anticapitalistas e métodos antiautoritários. Sem a contribuição do anarquismo os movimentos de luta caem vítimas dos oportunismos e de chefes novos; fora dos movimentos o anarquismo torna-se infecundo, autoreferencial e está sujeito a um processo de remoção social.

O MOVIMENTO ANTI-GLOBALIZAÇÃO

(Não começou em Seattle, não acabou em Genoa)

Dentro deste movimento muito articulado, vário e destinado a se radicalizar cada vez mais, nos trazemos os conteúdos seguintes:


O MOVIMENTO AMBIENTALISTA 

A presência anarquista neste movimento transversal não é nova e tem uma dimensão internacional. Estamos presentes nas lutas ambientalistas com os conteúdos seguintes:


O MOVIMENTO ANTIMILITARISTA

A presência anarquista neste movimento tem raízes longínquas, considerada a hostilidade anarquista contra exércitos, guerras e estados maiores. Bem conhecida é a participação anarquista nas milícias auto-organizadas pela defesa das conquistas revolucionárias em Paris, Rússia ou Espanha (e, nestes últimos dois casos, também contra as "armadas vermelhas" bolchevistas), o durante a Resistência contra a ocupação nazi em Itália. A este movimento trazemos os conteúdos seguintes:


O MOVIMENTO SINDICAL

Há muitos trabalhadores e trabalhadoras anarquistas activ@s em diferentes sindicatos: desde a esquerda na CGIL haté os COBAS, UNICOBAS, USI, RdB, CUB, em muitos sectores e categorías, em várias realidades geográficas e políticas. Muitos outros não têm una referência com um sindicato determinado. Com frequência maior a escolha depende da materialidade das relações de forza nos lugares de trabalho, mas que do sentimento revolucionário; depende do partilhar um percurso ou uma fase de lutas com @s companheir@s de trabalho mais que do maximalismo duma denominação ou de otra. Muitas vezes os militantes sindicais anarquistas e libertári@s sabem actuar como elementos de união entre os trabalhadores, e não de divisão; sabem favorecer os interesses em comum e não dão espaço ao seitarismo. Muitas vezes debem defender o seu sindicato contra as "artes malignas" dos reformistas, e isto será mais fácil quando o sindicato goza de simpatias e apoyo entre os trabalhadores. Os militantes sindicais anarquistas y libertários sabem caracterizar uma plataforma em sentido conflitual, sabem trazer para o interior da organização das lutas uma prática libertária; sabem fazer conhecer e desenrolar a democracia directa, o controlo desde abaixo sobre os delegados nas fases da contractação; são elegidos como delegados nos Organismos Rappresentativos Sindicais Unitários (RSU).

Trata-se de una pluralidade de experiências, extensas e significativas, portadoras de un projecto alternativo: reconstruir um sindicalismo de classe pela democracia directa; experiências que ficam sem uma forma real de coordenação. 
No ano 2001, a F.d.C.A. difundiu uma Chamada aos militantes sindicais anarquistas e libertários: uma Chamada para chegar à uma forma de coordenação que se movesse desde os lugares de trabalho e passasse pelo território, chegando a um nível nacional. Chamada hoje mais actual que nunca.

Porque nos lugares de trabalho? Poque especialmente aqui é preciso reconstruir a unidade dos interesses entre trabalhadores diversamente contratualizados; retomar nas mãos a negociação não centralizada, tutelar o direito à saúde, gestir o horário de trabalho para gestir melhor a vida, desliga o salário da produtividade, recusar a chantagem do trabalho extraordinário. 

É no território que os anarquistas e @s libertari@s podem construir lugares e situações capazes de dar vida a un tecido de associações, debates, elaborações políticas e culturais, solidaridade; como aconteceu no caso das Sociedades de Socorro Mútuo e dos círculos culturais que no passado fizeram forte o movimento operário e permitiram uma defesa eficaz dos interesses de classe. Construir Cámaras de Trabalho Intersindicais que façam tecer novamente uma rede de relações e elaborações sindicais - sem vínculos de colocação e filiação - onde a riqueza chega por diferentes experiências sindicais, de aqueles organismos autogestidos, sindicatos, militantes sindicais e políticos que indivíduam ou perseguem objectivos parciais e mais generais de luta - à volta dos quais federar os trabalhadores de diferentes organizações sindicais.
E no nível nacional devem ser os mesmos militantes sindicais anarquistas quem se fazem promotores da difusão dum sindicalismo conflitual com praxe libertária que se torne projecto discriminatório à volta do qual federar sectores de classe, militantes sindicais, vários sindicatos de base.

Não è praticável a convergência do sindicalismo de base numa só organização, mas è preciso e urgente que o sindicalismo conflitual se possa consolidar e pôr como forza verdadeiramente alternativa e capaz de atrair os trabalhadores y trabalhadoras tod@s. Por esta razão é nossa tarefa trabalhar para que, pelo menos, se possa construir uma estável plataforma do sindicalismo de classe.

Uma plataforma dos objectivos e princípios indisponíveis sobre salário, horário, direitos, serviços, democracia sindical para @ trabalhadores e trabalhadoras tod@s, italian@s imigrad@s, garantid@s e precári@s, do norte como do sul.
Uma plataforma de luta para reconstruir a unidade dos trabalhadores, restabelecer a solidaridade de classe, restituir ao mundo do trabalho democracia sindical e autonomia projectual, para realizar uma sociedade mais igualitária e libertária!


O MOVIMENTO FEMINISTA

O movimento feminista internacional lutou e luta por uma praxe política, concretamente libertária, para que a subjectividade, livre das cadeias do universalismo humanitário (de facto masculino porque pensado por/para um subjecto único), possa conviver em contextos civis fundados sobre duas subjectividades: a masculina e a feminina. Concretamente, as batalhas do movimento feminista cruzam-se com as da oposição contra o capitalismo nas suas várias formas, que utiliza as mulheres em todos os países do mundo (Italia também) como trabalhadoras de segunda classe em todos os niveis da estrutura produtiva e reprodutiva: explorando as trabalhadoras como mais facilmente objeto de chantagem porque têm menor consciência política, menos organizadas nos sindicatos, mais pobres e muitas vezes suporte de núcleos familiares enteiros. As mulheres têm uma instrução menor na parte maior do mundo não occidental, ou estão discriminadas especialmente se tiverem uma instrução, como acontece no occidente: quando uma mulher se apodera de um trabalho o mesmo perde o "status" que tinha precedentemente, e economicamente vale menos no mercado do trabalho. 

O movimento feminista mobiliza-se contra a tentativa política/normativa de diferentes estados (occidentais e não occidentais) de impedir que as mulheres tenham entre os cidadões um "status" integral recorrendo em todos os países às restrições legislativas da autodeterminação da liberdade feminina - como acontece em Italia, onde está em discussão uma lei sobre a fecundação assistida, que daría ao embrião o estatuto de pessoa - por prejuízos biológicos ou religiosos ainda persistentes: assim as mulheres ficam impedidas na sua liberdade individual e relativamente à possibilidade de lograr uma consciência política e de classe. As mulheres estão em estado de escravidão em todo o mundo, feridas, desfiguradas ou matadas só porque seres humanas. 

O percurso político das mulheres fue capaz de criar redes internacionais de solidaridade e luta, em favor da autodeterminação, contra as guerras, para obter a redistribuição da renda e dos direitos, primeiros os à integridade física, saúde, educação, partindo de sí mas chegando a tod@s.

O movimento feminista é originariamente internacional, anticapitalista e antiautoritário: as reflexões políticas producidas por este movimento podem e devem ser fonte de enriquecimento para todas as batalhas contra a globalização

Para que as mulheres não sejam usadas e trocadas como se fossem mercadoria sexual ou matrimonial - fundamental peça para a passagem patrimonial - mão de obra muito barata, como até agora aconteceu em cada período histórico e mais além das fronteiras das diversas potências imperiais, nacionais etc... mas para que pela liberdade das mulheres se possa construir a liberdade de tod@s e, liberad@s de papeis e moralidades falsas, represivas e hipócritas, se realize finalmente uma sociedade com cidadania integral y realização total para cada um/@.